A Cidade
Por de trás das montanhas de Minas, uma cidade preserva seu casario colonial que reconta boa parte da história do Brasil. Três séculos separam o antigo Arraial do Carmo, primeira cidade de Minas, da cidade que hoje é patrimônio nacional.
Dizem que no século XVII, quando os bandeirantes paulistas andavam por esta região a procura de riquezas. saiu uma expedição de Taubaté (SP) numa viagem que durou dias, meses. De acordo com a história, em 16 de julho de 1696, as bandeiras chefiadas por Salvador Fernandes Furtado de Mendonça, acharam ouro num rio, que resolveram batizá-lo de Ribeirão de Nossa Senhora do Carmo. Às margens do ribeirão cresce um povoado sendo batizado o arraial de “Nossa Senhora do Carmo”.
Em pouco tempo, o arraial cresceu, tornando-se um dos principais fornecedores de ouro para Portugal. Não demorou muito para se tornar a primeira vila, criada na capitania. Em 1745, por ordem do rei de Portugal, D. João V, a vila foi elevada a cidade com o nome de Mariana, em homenagem a sua esposa, a rainha Maria Ana D’Áustria. Na mesma época se tornou sede do primeiro bispado de Minas.
Mariana foi uma das primeiras cidades a ser projetadas no Brasil passando pela intervenção do projetista e engenheiro militar, José Fernandes Alpoim.
A vila que se ergueu no passado, hoje é patrimônio nacional. A vila de Ribeirão do Carmo, dos primeiros anos, possui atualmente grande importância histórica preservando o casario e as ladeiras com traços da arquitetura colonial do século XVIII, sendo visitada por turistas do mundo inteiro.
Catedral Nossa Senhora da Assunção (Sé):
Um dos mais belos monumentos religiosos do Brasil Colonial e mais antiga Matriz da cidade. Sua construção foi iniciada em 1709 e concluída por volta de 1750. Foi trabalhada por dois grandes vultos da arte barroca: José Pereira Arouca e Manoel Francisco Lisboa, pai de Aleijadinho. No batistério há uma tela do pintor Atayde, com retábulos da primeira fase do barroco. Na pia batismal e no tapavento, que é o mais belo da região, nota-se a presença surpreendente de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. No altar-mor, a imagem de Nossa Senhora do Carmo, com o manto bordado a ouro, autenticamente português.
A catedral da Sé de Mariana guarda um precioso tesouro musical: um órgão construído na primeira década do século XVIII em Hamburgo, Alemanha, por Arp Schnitger (1648-1719), um dos maiores construtores de órgãos de todos os tempos. Enviado inicialmente a uma Igreja Franciscana em Portugal, o instrumento chegou ao Brasil em 1753, como presente da Coroa Portuguesa ao primeiro Bispo de Mariana. Faz parte do acervo da Arquidiocese de Mariana, tombado pelo Patrimônio Histórico, e é o único exemplar da manufatura Schnitger que se encontra fora da Europa.
Igreja de Nossa Senhora dos Anjos:
Destaca-se pela graciosidade do edifício na singeleza e simplicidade de estilo da construção, em taipa e madeira, quase nada retratando o Barroco. Foi construída em 1784, pelos irmãos da Ordem do Cordão de São Francisco. Esta igreja é a única de Mariana que obedece ao tipo especializado de frontispício quebrado em três planos, com uma única torre central, à semelhança da igreja de N. Sra. do Ó, em Sabará.
Santuário de Nossa Senhora do Carmo:
Teve sua construção iniciada em 1784. Destaca-se das outras igrejas da cidade pela fachada, com florões na portada e torres cilíndricas, o que lhe dá um ar soberano e a primazia na arte e no belo.
Foi erguida pelos irmão da Ordem Terceira do Carmo. Em seu interior, os altares são em talha, no estilo Rococó. A capela-mor é coberta com abóbada de aresta. O altar-mor e o retábulo são de talha elegante, com arco semicircular centra apoiado em colunas e pilastras entalhadas.
Em 20 de janeiro de 1999, um incêndio destruiu todos os elementos em madeira da nave principal. Várias imagens dos séculos XVII e XVIII e a pintura do teto foram também consumidas pelo fogo.
Igreja de São Pedro dos Clérigos:
O templo foi fundado em 1731 mas as obras só começaram em 1753 com a preparação do terreno, e avançaram com muita lentidão, com ciclos de atividade e paralisação, prolongando-se até o século XIX e jamais sendo concluída, sendo abandonada em torno de 1820 sem que as torres tivessem sido erguidas. Elas só seriam completadas entre 1920-1922 em um estilo um tanto diferente, sob a supervisão do padre e arquiteto Arthur Hoyer. A decoração do interior tampouco foi executada, salvo o altar-mor, e mesmo este ficou incompleto, nunca recebendo a típica douração e pintura. No entanto, é uma obra de talha em madeira de qualidade superior, e abriga uma estátua de São Pedro de grande tamanho e sofisticada execução.
Praça Minas Gerais:
Por volta de 1760 se iniciaram as obras das três edificações que compõem o expressivo conjunto arquitetônico da praça conhecida, atualmente, como Minas Gerais: a Casa de Câmara e Cadeia, a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco e a Igreja do Carmo. Antes da instalação de tal conjunto, funcionava na área um antigo quartel da guarnição militar, denominado Quartel dos Dragões.
Praça Gomes Freire:
Homenagem ao médico e político Gomes Henrique Freire de Andrade, que nasceu em Mariana em 1865. Chamou-se Largo da Cavalhada e Largo do Rocio em razão do bebedouro para cavalos implantado em 1747, até hoje existente. Até meados do Século XX, era chamada Praça da Independência. Em reformas sucessivas, adotou estilos variados recebendo lago, ponte, coreto, jardins e canteiros geométricos, porém, conservando ao seu entorno várias construções centenárias.
Mina de Ouro:
A famosa Mina da Passagem possui amplos salões e um maravilhoso lago subterrâneo de águas cristalinas. É a maior mina de ouro do mundo, aberta à visitação turística. Visitá-la é como viajar pela história, vivenciando a saga e a sina perigosa dos homens que procuravam pelo ouro no interior das montanhas mineiras. O percurso, de 315 metros de extensão e 120 metros de profundidade é feito em um trolley (espécie de vagão com bancos) usado pelos mineiros desde a época da exploração do ouro.
Sua localização fica na estrada entre Mariana e Ouro Preto em um distrito chamado Passagem de Mariana. O telefone para informações é (31) 3557-5000.