A Cidade
Nas montanhas do Sul de Minas Gerais, Caxambu possui um conjunto arquitetônico e paisagístico de rara beleza, um clima saudável de montanha além das águas minerais que, desde a época do Brasil Colônia, vêm conquistando seus visitantes.
Até o final do século XVII, com a chegada da Bandeira de Lourenço Castanho Taques, que seguia a trilha de Felix Jaques rumo ao vale do Rio Verde, as imediações do Morro de Caxambum, como era conhecido na época, eram habitadas pelos índios Cataguases. Aos índios nativos, segundo o historiador Antônio Maurício Ferreira, deve-se a origem do nome Caxambu, que na língua Tupy significa "bolhas a ferver" ou "água que borbulha" (Catã-mbu). Há entretanto quem diga que Caxambu deriva de duas palavras africanas Cacha (tambor) e mumbu (música), que no século XIX designavam os instrumentos e a própria dança ou batuque dos escravos.
Os primeiros a possuírem sesmarias no local foram Carlos Pedroso da Silveira e seu genro Francisco Alves Correia, no ano de 1766.
Em 1868 chegam a Caxambu a princesa Isabel, seu esposo Conde D'Eu e uma comitiva, atraídos pela fama das águas. A princesa buscava a cura de uma suposta infertilidade. Ficaram um mês e durante sua estadia foi lançada pela princesa Isabel, a pedra fundamental da Igreja Santa Isabel da Hungria, com a promessa de sua construção, caso a herdeira viesse a engravidar.
Através das águas ferruginosas das fontes, que hoje levam o nome do casal imperial, a princesa curou-se da anemia e engravidou. Em 16 de setembro de 1901 é criada a Vila de Caxambu e, finalmente, em 18 de setembro de 1915, Caxambu é elevada à categoria de cidade.
Parque das Águas:
Principal ponto turístico da cidade, possui uma área de 210 mil metros quadrados e é reconhecido como o Maior Complexo Hidromineral do Planeta, por reunir, em um só local, 12 fontes de água mineral com propriedades químicas diferentes e reconhecidas por suas atribuições curativas.
Além do Balneário Hidroterápico, o parque oferece, ainda, diversas outras opções como pista para cooper, parquinhos com brinquedos educativos, passeio de pedalinhos, piscinas com água mineral e toboáguas, quadras de tênis, vôlei e bocha e um geiser, fonte de água mineral com uma pressão gasosa tão forte que gera com jato de aproximadamente 3 metros de altura, atração para todas idades. Ainda no interior do parque encontram-se as duas únicas piscinas do mundo abastecidas com água mineral natural. O local está em funcionamento desde 1938 mas recentemente foram completamente revitalizadas.
Balneário Hidroterápico:
Localizado dentro do Parque das Águas e construído no início do século XX em estilo neoclássico, foi ricamente ornamentado com vitrais franceses, azulejos e pisos vindos de Portugal e da Inglaterra. Está em pleno funcionamento, proporcionando banhos de imersão em água mineral, duchas e saunas.
Teleférico:
Oferece vistas maravilhosas até alcançar o alto do Morro Caxambu, um dos maiores da região de onde é possível avistar toda a cidade e arredores como o município de Baependi e serras próximas. Em seu cone superior, o morro de Caxambu abriga a estátua do Cristo Redentor com 15m de altura. Além do teleférico, o acesso ao topo pode ser feito, de carro ou a pé, por uma trilha que encanta por sua rica vegetação natural.
Praça XVI de Setembro:
Praça com amplos jardins floridos, bancos, árvores frondosas e cortada pelo córrego Bengo. Tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais, o local conta ainda com um coreto de 1913 decorado com uma pequena cascata esculpida por Chico Cascateiro e uma fonte do mesmo artista.
Fonte Dom Pedro:
É a fonte mais antiga do Parque das Águas, construída em estilo greco-romano. O pavilhão atual, de inspiração neoclássica, foi construído no início dos anos 60. O prédio em que ela se encontra possui cúpula apoiada por pilastras grossas, não tendo paredes. Em seu interior, encontra-se uma réplica da coroa que pertenceu a Dom Pedro. Suas águas de teor radioativo, carbônico e altamente gasosa é indicada como água de mesa por sua natureza digestiva.
Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios:
A atual Igreja Matriz, de estilo gótico, teve sua pedra fundamental lançada em 1892 no mesmo local da velha capelinha de N. Sra. dos Remédios, do século XVIII, ficando pronta em 1º de janeiro de 1906. Atualmente a Igreja é palco das grandes celebrações religiosas da cidade. A festa da padroeira N. Sra. dos Remédios acontece no dia 15 de agosto com missas, procissão e atividades de barracas. Outra grande procissão ocorre no dia de Corpus Christi quando as principais ruas da cidade são enfeitadas com tapetes coloridos feitos com materiais variados como serragem, sementes e pó de café. Durante a Semana Santa são realizadas encenações de quadros vivos lembrando os passos de Cristo, além das tradicionais procissões de Ramos (domingo anterior) e do Encontro (terça-feira).
Igreja Santa Isabel de Hungria:
Em estilo neogótico, teve sua construção iniciada em 1868 devido a uma promessa feita pela Princesa Isabel, sendo, porém, consagrada apenas no ano de 1897, quando a Família Imperial já se encontrava no exílio. Tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais, destaca-se na igreja um altar feito em madeira trabalhada onde fica a imagem de Santa Isabel de Hungria.